A Empresa de Montagem e Serviços Gerais (Empercom) deve encerrar suas atividades em Mossoró. A previsão é do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro/RN), que afirmar ser inviável a manutenção da empresa na cidade após a rescisão de contratos com a Petrobras. Caso seja decretada falência, a Empercom deixará mais de mil trabalhadores desempregados.
"É um caminho sem volta. Informações repassadas pela própria Petrobras confirmam a rescisão de aproximadamente 17 contratos com a Empercom, uma vez que a empresa está inviabilizada de gerenciá-los. O Sindicato fez o alerta há cerca de um ano, propôs alternativas para a crise que a Empercom vinha enfrentando, mas ela não quis ouvir. Hoje, os problemas se acumulam, são dívidas trabalhistas, de fornecedores, até mesmo a contribuição sindical a empresa não estava nos repassando", relata Pedro Idalino, diretor do Sindipetro/RN.
Com os salários em atraso, os servidores da Empercom paralisaram as atividades no dia 8 de abril, reivindicando ainda pagamento de direitos trabalhistas como férias, regularização do plano de saúde, entre outros. Na sede da empresa, localizada na BR-304, Km 40, apenas poucos funcionários do setor administrativo estão dando expediente. O clima é de insegurança, conforme constatou a equipe de reportagem do jornal O Mossoroense, que foi até o local na manhã de ontem.
"Só mesmo o pessoal do setor administrativo tem vindo. O que a gente vê são máquinas chegando para serem guardadas aqui. A informação que circula é que a empresa vai fechar, que até os bens já estão sendo penhorados, mas até agora ninguém confirmou nada", relatou um funcionário que preferiu não ser identificado.
Dívida estimada da empresa é de R$ 3,5 milhões
Com uma dívida estimada em cerca de R$ 3,5 milhões, a Empercom foi obrigada pela Justiça a efetuar o pagamento aos seus trabalhadores. A decisão foi proferida pela juíza Anne Cavalcante, através de um alvará coletivo. Serão realizados os pagamentos dos meses de março, de maneira integral, e abril, de maneira proporcional ao saldo da conta da empresa, que está em torno de R$ 3 milhões. "Esse repasse começou a ser feito na última segunda-feira aos funcionários, que já foram penalizados uma vez com o atraso e não podem agora ser penalizados com o desemprego", afirma Pedro Idalino.
Para evitar que os mais de mil trabalhadores fiquem sem emprego, o Sindicato atuará para que servidores sejam aproveitados em novos contratos terceirizados da Petrobras. "É uma preocupação nossa. A Petrobras não pode parar suas atividades, por isso novos contratos serão feitos, e então essa mão de obra, qualificada, poderá ser aproveitada", enfatiza o diretor do Sindipetro/RN.
A reportagem tentou contato com a direção da Empercom para obter um posicionamento da empresa a respeito dos problemas relatados acima, mas não obteve êxito.
Fonte: https://omossoroense.uol.com.br/index.php/o-jornal/cotidiano-mobile/64913-sindipetro-afirma-ser-inviavel-manutencao-da-empresa-empercom