Mossoró/RN 04.06.2014

Mossoró/RN 04.06.2014

Alunos não sabem ler, interpretar textos e resolver problemas matemáticos

 

 

Segundo estudo divulgado com base na Prova Brasil realizada em 2011, apenas 33% dos estudantes mossoroenses do 5º ano e 16% dos alunos do 9º ano da rede pública de ensino sabem ler e interpretar textos adequadamente. Quando o assunto é matemática, o índice chega a 26% dos estudantes do 5º ano e 8% do 9º ano que conseguem resolver problemas matemáticos.

Os dados foram selecionados com auxílio da plataforma de dados educacionais QEdu. O portal é uma parceria entre a Meritt e a Fundação Lemann, organização sem fins lucrativos voltada para a educação. A pesquisa reuniu dados das unidades federais, estaduais, municipais e particulares de todo o Brasil. O cálculo da proporção de alunos com aprendizado adequado à etapa escolar, foi realizado com base nos dados da Prova Brasil de 2011.

Dados do Censo mostram que em 738 municípios brasileiros, mais da metade dos alunos de escola pública do ensino médio estão em situação de defasagem escolar. Nas escolas municipais o problema atinge 217 municípios, onde pelo menos 10% dos estudantes estão nessa condição.

A expectativa do Movimento “Todos pela Educação”, de iniciativa privada, é que até 2022 o Brasil consiga atingir a marca de 70% dos alunos aprendendo adequadamente. Por enquanto esse número chega 22,9%. São mais de 8,5 milhões de alunos que estão fora de faixa, com atraso escolar de pelo menos 2 anos.

Para a coordenadora pedagógica da 12ª Diretoria de Educação e Desporto (DIRED), Elma Cunha, essa distorção é observada principalmente nos anos finais do ensino fundamental e médio. O problema é gerado principalmente pela falta de frequência e repetição de ano, que fazem os estudantes ficarem desinteressados. “Tudo começa com a frequência. O aluno deixar de ir todos os dias para escola e não faz as tarefas, perde o interesse”, diz.

Na tentativa de minimizar a situação foi criado o programa de Correção de Fluxo, para alunos do ensino fundamental, e o Projeto Conquista, para estudantes do ensino médio. As duas modalidades têm como objetivo a inserção de alunos fora de faixa em aulas com metodologia diferenciada, adequada a idade de cada um. “Esse ano estamos com 34 salas de correção de fluxo. Os alunos de mais idade se sentem deslocados quando estudam com alunos mais novos. Eles sentem que houve um fracasso. Esse é o grande desafio da educação, fazer esse número diminuir”, explica Elma.

Ao todo, em Mossoró, são 723 alunos nesta situação, de acordo com a Dired.

Elma afirma que corrigir a distorção não é uma tarefa fácil para a escola, já que é preciso resgatar o interesse de meninos e meninas que, geralmente, se interessam por outras coisas, deixando a educação em segundo plano.

A coordenadora acredita que a situação não mude a curto prazo, mas com a normalização dos que hoje estão atrasados, a expectativa é que o número de defasagens seja cada vez menor.

Além dos projetos para inserir os jovens fora de faixa em turmas específicas, Elma cita também o Programa Mais Educação, que funciona com diversas atividades nas escolas, e o Projeto Trilhas, com foco na leitura, para envolver o aluno.

De acordo também com a pesquisa sobre a educação brasileira, estes dados estão mudando para melhor a cada ano, mas ainda há muito para chegar

à meta de 70% dos alunos na série correta para a idade dele.

Todos os dados da pesquisa estão disponíveis do site: https://www.qedu.org.br/, basta procurar por município.

 

Fonte: https://gazetadooeste.com.br/alunos-nao-sabem-ler-interpretar-textos-e-resolver-problemas-matematicos/